sexta-feira, 17 de agosto de 2018

A Suave Canção do Segundo Plano. (Max Lucado)

Durante milhares de anos o relacionamento havia sido perfeito. Tanto quanto Alguém poderia lembrar, a lua refletia fielmente os raios do Sol na Noite Escura.Era o maior dueto do universo.Outras estrelas e Planetas Maravilhavam-se pela confiança de ambos. Geração após geração, todos fascinados por seu reflexo. A lua tornou-se símbolo de romance,grandes esperanças e poemas infantis.

Na verdade a lua não brilha. Ela reflete! Ela toma a luz fornecida pelo sol e à redireciona para a Terra. Uma simples questão de receber iluminação e compartilha- la. Você poderia pensar que tal soneto duraria para sempre, o que quase aconteceu. Um certo dia uma Estrela vizinha plantou um pensamento no âmago da lua:

_Acho que não é fácil ser a Lua- ensinuou a Estrela.
_O que quer dizer com isso? Adoro minha vida! Tenho um importante trabalho a realizar. Ao escurecer, as pessoas buscam meu auxílio e eu olho para o Sol. Ele me dá o necessário e eu repasso às pessoas. Elas dependem de mim para iluminar seu mundo e eu dependo do Sol.

-Então você e o sol precisam estar bem juntos. Como um homem e o fantoche! Você é um fantoche! Não possui luz própria e é dependente do Sol. É como uma sombra. Não possui forma alguma por si própria e tem estado em segundo plano por muito tempo. Precisa agir por si própria.

_O que está querendo dizer?

_Quero dizer que precisa parar de refletir e começar a Gerar. Seja o chefe! Faça com que as pessoas a vejam por quem você realmente é.
_Quem eu sou?

_Isso! Você precisa descobrir quem realmente você é.

A Lua parou e pensou por um momento e concluiu que o que a Estrela de dissera fazia muito sentido e que, aquele relacionamento era injusto. Por quê tinha que trabalhar no turno da noite todo? Porque ela era sempre acusada de oscilar?

_Você está certa!- respondeu a Lua. _Agora sim,estou sentindo firmeza_ encorajou a estrela.

 Este foi o início do colapso. Ao invés de voltar sua atenção para o Sol, a Lua começou a prestar atenção em si mesma. Emaranhou-se no curso da auto intensificação. E apoiada em sua determinação começou a esforçar-se para ser a Lua. Encomendou produtos para sua cor, modificou sua aparência, incluiu novas formas como triangulares e quadradas e para colorir optou por um laranja vivo. Ninguém mais poderá dizer que pareço com queijo!
Pronto! A nova Lua estava mais magra e encorpada. Sua superfície era suave e não cheia de crateras e sua pele parecia de um bebê. Tudo era fino e novo. A nova aparência a Manteve em seu próprio brilho. Meteoros Viajantes paravam para uma visita. Estrelas distantes a elogiavam. Luas amigas a convidavam até suas órbitas para assistir "como gira a Terra". Tinha ela agora amigos e Fama. Não precisava mais do Sol. Até as coisas mudarem. De repente ela estava fora de moda. Cessaram os cumprimentos. As risadinhas começaram. Fazendo com que percebesse seu estado. Assim mudou sua cor alaranjada por tom mais coutry. Foi quando pensou:

-Pra que tudo isso? Um dia eu estava nas capas de revistas e no outro completamente esquecida. Viver para receber aplausos é um caminho errado e vazio.

Pela primeira vez desde que começaram a sua companha de autoconhecimento a Lua pensou no Sol. Lembrou-se dos velhos e bons milênios quando não se interessava aos elogios. O que as pessoas pensavam sobre ela não importava, pois seu objetivo não era ser observada. Qualquer elogio elogio vindo ao seu encontro era rapidamente repassado ao Chefe. O plano do sol estava começando a fazer sentido para a Lua. Ele pode estar prestando-me um favor. Ela então olhou para Terra. As luzes terrestres pareciam quase um Show. Estabelecimentos decorados a sua maneira. Mas o frio era o que mais a incomodava. A ausência da luz solar a deixava depressiva. Sem calor, sem ardor. Seu sobretudo não ajudava muito e não podia. O frio tremor vinha de dentro. Um calafrio que a fazia se sentir solitária. E Era exatamente essa sua situação.

Certa noite ela olhou para as pessoas andando no escuro e ficou atordoada por sua frivolidade quando lembrou do Sol.

Ele me dava tudo que eu precisava . Eu tinha um propósito! Era aquecida! Satisfeita!
 Eu era exatamente o que fui criada pra ser!

De repente sentiu um calor familiar e ao virar-se ali estava o Sol.
_Estou contente que esteja de volta! disse ele. Voltemos ao trabalho! Agora mesmo! Concordou a Lua.

O sobretudo foi deixado de lado. A harmonia estava de volta. A luz era vista no escuro do céu em sua totalidade, ainda mais brilhante. E desde esse dia, quando o Sol brilha a Lua reflete e a Escuridão é iluminada. A Lua não reclama nem sente mais ciúmes. Ela apenas executa o trabalho pela qual era foi criada.

A lua reflete...
Max Lucado - Livro "Quando Deus Sussurra o Seu Nome".

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